O que é importante saber sobre alergia

Por: Laboratório de Conteúdo

Alergia pode ser definida como um tipo de reação imunológica do organismo quando em contato com substâncias estranhas, também chamadas antígenos ou alérgenos.

Os linfócitos são as células mais importantes do sistema imunológico humano, as quais tem a capacidade de reconhecer e agir contra substâncias estranhas. Há dois tipos de linfócitos, os que produzem os anticorpos (imunoglobulinas), conhecidos como linfócitos B, e os que modulam a síntese de imunoglobulinas, linfócitos T. Esses últimos não produzem anticorpos.

O sistema imunológico é de vital importância no combate a infecções e na proteção do organismo contra determinados tipos de tumores. Entretanto, ele apresenta alguns lados negativos, como por exemplo, reações alérgicas do tipo imediato e prolongado.

As doenças alérgicas podem ser divididas baseando-se nos sintomas clínicos que o paciente apresenta, mas para uma melhor compreensão podemos dividi-las segundo os mecanismos imunológicos que elas causam. Existem 4 diferentes tipos de mecanismos alérgicos:

  • Tipo I: chamado de hipersensibilidade imediata ou rápida, ou alergia atópica. A característica importante das reações tipo I é o rápido aparecimento dos sintomas após a exposição a um antígeno (alérgeno). Os sintomas aparecem após 10 a 20 minutos, onde a substância mais importante liberada é a histamina. Os sintomas resultantes são rinite, conjuntivite, asma, urticária, etc.
  • Tipo II: são as reações de incompatibilidade materno-fetal do Rh, anemias hemolíticas induzidas por drogas, etc.
  • Tipo III: são as reações do lúpus eritematoso sistêmico, da artrite reumatoide, etc.
  • Tipo IV: são as envolvidas nas rejeições a transplantes.

As que mais interessam no momento são as reações de tipo I, onde a imunoglobulina envolvida é uma IgE específica ao alérgeno causador dos sintomas clínicos. Os alérgenos mais comuns como causa de alergia das vias respiratórias são a poeira doméstica, os ácaros da poeira, os fungos, polens das flores, caspas e pelos de animais. Além disso, substâncias ingeridas ou injetadas, como, por exemplo, alimentos e medicamentos, além de picada de insetos, podem ser responsáveis por alergias do tipo imediato.

Os primeiros sinais de atopia (alergia) aparecem, em geral, nos primeiros anos de vida, frequentemente sob a forma de eczema atópico e/ou asma alérgica, enquanto que a rinite alérgica costuma surgir quando a criança atinge a idade escolar ou no início da idade adulta. Dados estatísticos da Europa e Estados Unidos estimam que aproximadamente 20% das crianças atendidas nas clínicas pediátricas são atópicas.

Embora qualquer indivíduo possa desenvolver uma alergia, a probabilidade aumenta se um ou ambos os pais apresentarem alguma condição alérgica. De fato, a presença de outro indivíduo alérgico na família é o fator mais importante para se predizer alergia em uma criança.

As alergias mais comuns são:

  • Rinite Alérgica: existem dois tipos de rinites, as alérgicas e as não alérgicas ou vasomotoras. Ambas se manifestam com coriza abundante, ataques de espirro, coceira no nariz e no palato (céu da boca).
  • Conjuntivite Alérgica: os sintomas oculares estão frequentemente associados aos de rinite nos casos de alergia, o que não ocorre com as rinites vasomotoras.
  • Asma: se caracteriza pela contração dos brônquios de forma paroxística, sendo nas formas iniciais reversíveis. Os sintomas mais característicos são a dispneia (falta de ar) e a presença de roncos sonoros e sibilantes à ausculta. A asma pode ser alérgica e não alérgica, como nas infecções do trato respiratório em crianças, especialmente as provocadas por vírus.
  • Eczema Atópico: pode aparecer durante os primeiros meses de vida, continuando após dois anos de idade com formas mais localizadas, como, por exemplo, na parte interna dos cotovelos, na parte posterior dos joelhos, no pescoço, tornozelos, punhos e dorso das mãos. Na maioria dos casos, o eczema tende a desaparecer durante a puberdade.
  • Urticária: pode aparecer em todas as idades, mas é mais comum nos adultos jovens. Ela pode ser definida como alterações tipo pápulas transitórias, com edema e prurido (coceira), que aparecem repentinamente. A pele se torna avermelhada e quente. Podem desaparecer em poucas horas, ou durar no máximo 48 horas, sem deixar sequelas. Nem toda urticária é mediada pela IgE. Penicilina, por exemplo, pode produzir uma reação de tipo I ou tipo III. O ácido acetilsalicílico atua via mecanismos não alérgicos e, inclusive, piora as urticárias de outras causas.
  • Eczema de Contato: os sintomas são semelhantes ao do eczema atópico, mas a reação é do tipo IV. Substâncias como o níquel, cromo, borracha e conservantes têm a capacidade de facilmente acarretar esse tipo de reação.
  • Alergia a Alimentos: hipersensibilidade a alimentos pode ocorrer devido a mecanismos alérgicos e não alérgicos. As crianças são mais susceptíveis, com uma incidência de 10 a 20%. Os alimentos que mais frequentemente causam sintomas durante a primeira infância são o leite de vaca, ovos, peixes, frutas cítricas e tomate. Alergia a peixes e nozes pode continuar até a idade adulta.

Nos adultos, os alimentos que podem produzir hipersensibilidade são os crustáceos, queijos, cervejas, vinhos e temperos.

Qual a contribuição do laboratório no diagnóstico das alergias

A determinação e a medida precisa da quantidade de IgE no sangue são de fundamental importância no diagnóstico das alergias.

Nos adultos normais, os níveis de IgE são extremamente baixos, enquanto nas crianças eles aumentam progressivamente durante os primeiros 10 anos de vida, até alcançarem os níveis dos adultos.

Existem testes laboratoriais que medem com precisão a IgE em uma pequena amostra de sangue. Pode-se determinar a quantidade de IgE total ou de IgE específica.

O teste RAST (Radio Allergo Sorbent Test) utiliza uma técnica simples para determinar quantitativamente o nível de anticorpos IgE circulantes no organismo, sendo o exame mundialmente comprovado para se estabelecer o diagnóstico de uma alergia.

Inicialmente usa-se a determinação da quantidade de IgE total quando não é claro a existência de um fundo atópico (alérgico). Os níveis de IgE total são indicados nas seguintes situações:

  • Como indicador de atopia,
  • Em pacientes com sintomas alérgicos das vias aéreas,
  • Para prever alergia em crianças sadias, com hereditariedade para atopia,
  • Para diagnóstico diferencial de infecções com parasitas, cujo hemograma mostrou aumento de eosinófilos (o qual aumenta nos quadros alérgicos e em parasitoses) no sangue,

Uma vez o paciente mostre elevação da IgE total e haja suspeita de um quadro alérgico associado, a determinação de anticorpos IgE específicos é atualmente a grande ajuda no diagnóstico de hipersensibilidade clínica contra diferentes alérgenos. Nessas situações, cabe ao médico clínico a indicação dos possíveis alérgenos a serem investigados.

O Laboratório Maricondi realiza os testes RASTs para uma grande gama de alérgenos (IgE específicos), além do teste de IgE total em sistema totalmente automático de última geração, com resultados em 24 horas.