Diabetes: o que você precisa saber para evitá-lo ou controlá-lo

Por: Laboratório de Conteúdo

O Diabetes é uma das maiores emergências mundiais da saúde do século XXI, e a cada ano mais e mais pessoas vivem com esta condição, a qual pode desencadear complicações ao longo da vida. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, há no Brasil mais de 13 milhões de pessoas vivendo com diabetes, o que representa 6,9% da população.

O diabetes se caracteriza pela deficiência da produção e/ou da ação da insulina, podendo ser de dois tipos:

Diabetes Tipo 1, resultante da destruição autoimune das células do pâncreas produtoras de insulina, cujo diagnóstico é mais comum durante a infância e a adolescência. A falta de insulina leva a não absorção da glicose sanguínea, cuja consequência é a elevação de seus níveis no sangue. Esses indivíduos são insulina dependentes, requerendo doses diárias de insulina subcutânea para que a glicose possa ser absorvida pelas células.

Diabetes Tipo 2, onde o pâncreas produz insulina, mas esta não é absorvida pelas células musculares e adiposas. É responsável por 95% dos diabéticos. Ele é mais comum em pessoas com mais de 40 anos, acima do peso, sedentárias e sem hábitos saudáveis de alimentação. Diferentemente do diabetes tipo 1, no tipo 2 o fator hereditário é determinante. Estima-se que de 60 a 90% dos portadores de diabetes tipo 2 a obesidade esteja presente.

Os indivíduos portadores de diabetes tipo 2 tem como peculiaridade a contínua produção de insulina pelo pâncreas, mas com incapacidade de sua absorção pelas células levando a uma não metabolização da glicose presente na corrente sanguínea para que esta seja utilizada como fonte de energia. Essa condição é denominada de “resistência à insulina”. Assim, o não aproveitamento da insulina, com consequente aumento da glicose sanguínea, leva o pâncreas a manter a produção até o seu esgotamento, ou seja, incapacidade de produzir mais insulina.

O termo pré-diabetes é usado para indicar indivíduos que estão em um estado intermediário entre o saudável e o diabetes tipo 2, uma vez que no tipo 1 não existe pré-diabetes.

O Diabetes Gestacional é uma condição associada à intolerância a glicose que se inicia durante a gravidez e que pode ou não perdurar após o parto. No Brasil, estima-se que esse distúrbio ocorra em cerca de 2,4% a 7,2% das gestantes, aumentando o risco de complicações clínicas para a mãe e para o feto. Entretanto, o adequado acompanhamento pré-natal e controle glicêmico ao longo da gravidez evita estas complicações.

Os sintomas do diabetes são decorrentes do aumento da glicose sanguínea e manifestam-se por:

  • Aumento do apetite,
  • Aumento do número de micções,
  • Aumento do volume de urina,
  • Coceira vaginal,
  • Dificuldade de cicatrização de feridas
  • Cansaço, fraqueza e tonturas,
  • Formigamento, dormência e dores nas mãos, pernas e pés,
  • Infecções urinárias frequentes,
  • Perda de peso inexplicável,
  • Pressão arterial elevada,
  • Sede excessiva,
  • Surgimento do hábito de urinar a noite,
  • Visão embaçada (turva).

Se o diabetes não for tratado de forma adequada, podem surgir complicações como retinopatia (alterações visuais), nefropatia (alterações renais), neuropatia (alterações neurológicas), pé diabético (infecção, ulceração ou destruição dos tecidos profundos dos pés), infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, e outros.


Como o laboratório contribui para o diagnóstico e controle do diabetes

A dosagem da glicose no sangue é o exame que identifica se o indivíduo não tem diabetes, é um pré-diabético ou é diabético.

Segundo a Associação Americana de Diabetes, os níveis de glicose no sangue em jejum são considerados normais entre 70 a 100 mg/dL. Acima de 100 mg/dL até 125 mg/dL para a glicemia de jejum e acima de 140 até 199 mg/dL 2 horas após sobrecarga de 75 grs. de glicose por via oral o individuo é considerado um pré-diabético, ou seja, com alto risco para a progressão ao diabetes tipo 2. Os indivíduos são considerados diabéticos quando os níveis de glicose em jejum estão acima de 125 mg/dL ou de 200 mg/dL ou mais após a sobrecarga de glicose. Esses valores devem ser considerados após duas dosagens distintas.

A avaliação da resposta ao tratamento estabelecido pelo médico clínico ou endocrinologista, bem como as mudanças de hábitos no que se refere à alimentação e a prática de exercícios regulares pode ser medida pela dosagem da Hemoglobina Glicada. Trata-se de uma fração da hemoglobina, conhecida como hemoglobina A1c, a qual é formada a partir de reações com a glicose presente no sangue. Quanto maior a concentração de glicose no sangue maior será a quantidade de hemoglobina A1c formada.

A Hemoglobina Glicada fornece informações dos níveis médios da glicose sanguínea nos últimos 3 meses. Diferente da dosagem da glicose, que mede a concentração de glicose em um momento específico, ela avalia se os níveis de glicose foram ou não elevados nos últimos 3 meses. Segundo a Associação Americana de Diabetes, níveis de Hemoglobina Glicada acima de 7% estão associados com maior risco de complicações crônicas. A Sociedade Brasileira de Diabetes estabeleceu uma meta mais rígida para a hemoglobina A1c, de até 6,5% para caracterização do bom controle glicêmico.
Em pessoas com diabetes os níveis de glicose sanguínea são verificados com frequência em jejum e 2 horas após o almoço (pós-prandial), para permitir um controle melhor da glicemia, enquanto a Hemoglobina glicada deve ser medida a cada 3 a 4 meses. Algumas vezes também é solicitada a dosagem de glicose na urina para um melhor controle das medidas instituídas.

O Laboratório Maricondi utiliza para a dosagem de glicose de método preconizado pela Federação Internacional de Química Clínica, e da Hemoglobina Glicada a Cromatografia Líquida de Alta Performance (HPLC), método de referência da Associação Americana de Diabetes.

Embora o diabetes não tenha cura, muitos casos de diabetes tipo 2 podem ser evitados quando se está dentro do peso normal, com hábitos alimentares saudáveis e com prática regular de atividade física. Educar-se sobre o tema é muito importante para o tratamento.